sábado, 15 de julho de 2017

BIOGRAFIAS FADISTAS




GABINO FERREIRA

De seu nome completo Manuel Gabino Ferreira da Silva, desde cedo que o universo do Fado acompanhou Gabino. Começou novo a ouvir o Fado na rádio e incentivado pelo pai inicia-se a cantá-lo em festas de beneficência, nos arredores da cidade do Porto, em 1936 como amador. Mais tarde, e graças ao seu jeito fadista, passa a frequentar o "Café Portugal" e o "Café Academia", auferindo o seu primeiro cachet. Neste período tornou-se conhecido no meio como o "Miúdo do Bonfim". Em 1938 actuou no "Café Portugal", da Rua de Trás, a "Catedral do Fado" portuense e, sucessivamente, no "Café Mundial" na Rua da Madeira e no "Café Academia" da Avenida dos Aliados.
Em 1942 vem para Lisboa onde completa os 20 anos de idade e logo nessa mesma noite actua na "Esplanada Luso", do ex "Retiro da Severa" onde interpreta "Cabelo Branco", acompanhado por Jaime Santos e Miguel Ramos. (cf. Radamanto, in "Guitarra de Portugal", 15 Junho de 1945). Não regressou ao Porto, como estava previsto, o empresário Lopes Ferreira ("Café Luso") pediu-lhe para ficar e apresentar-se no seu elenco de fadistas.
Em 1945, e após ter cumprido o serviço militar, actuava no "Retiro dos Marialvas" acompanhado por José Nunes (guitarra) e Miguel Ramos (viola). Retorna ao "Luso" de onde volta a sair para ingressar na casa típica "Adega Machado".
O seu repertório é composto por grandes nomes do Porto como sejam Manuel Mendes, Alberto Ferrador e José Maria da Silva, havendo também referências e numa linha mais tardia a poetas como Linhares Barbosa, Francisco Radamanto, "Britinho", e Carlos Conde.
Inaugura o restaurante típico "A Severa" como gerente artístico actividade que concilia com a actividade profissional na Companhia dos Telefones onde trabalhou durante 37 anos. Mais tarde retira-se da vida artística ainda que precocemente.
Durante a sua permanência em Lisboa, nunca esqueceu as suas raízes e regressou, sempre que possível, à terra natal para espectáculos noutras casas, teatros e esplanadas.
Gabino Ferreira actuou em directo na Emissora Nacional, na Rádio Peninsular e na Rádio Graça e foi agraciado pela Emissora Nacional com uma Menção Honrosa.
Do seu vasto repertório destacamos alguns êxitos: "Lenda da Amendoeira", e "O Fado está doente" de Carlos Conde, o eterno "Cabelo Branco" de Manuel J. Nogueira, para além de outros poemas de conterrâneos seus.
Em 1979 foi convidado a gravar para a etiqueta "Riso e Ritmo" um LP intitulado "Fado da Velha Guarda" juntamente com Júlio Vieitas, Manuel Calixto, José Coelho, Frutuoso França. Este é um dos 3 registos discográficos da carreira de Gabino Ferreira.
Figura incontornável da história do fado, Gabino Ferreira faleceu em Novembro de 2011.

Fonte: Museu do Fado - Última Actualização: Novembro de 2011

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